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Por favor, não confunda uma entrevista de emprego com uma consulta no psicólogo!

Por favor, não confunda uma entrevista de emprego com uma consulta no psicólogo!

Durante uma entrevista de emprego, poderá parecer-lhe que os recrutadores estão a colocar perguntas soltas sem qualquer maldade ou segundas intenções.

A maior parte das vezes, é verdade!

Contudo, também tentarão que você os veja como “os melhores amigos”, aqueles com quem fala abertamente sobre tudo o que gosta… e sobre aquilo que o irrita profundamente.

Tenha cuidado!

Durante a entrevista de emprego, não deverá fazer juízos de valor sobre os seus ex-colegas ou ex-chefes. Toda a gente já teve que lidar com idiotas mas lembre-se… não pode, nem deve, comportar-se na entrevista de emprego como se estivesse numa consulta com o psicólogo!

Aqui ficam algumas questões que os recrutadores usam para a conhecer o melhor, e o pior, de cada candidato:

Você tem mudado de emprego com frequência! Da última vez que mudou de emprego, porque é que o fez?

A resposta a esta pergunta permitirá que o recrutador perceba quais são as razões que o movem no mercado de trabalho.

  • Mudou de emprego porque sentiu que a sua carreira tinha estagnado e que não havia perspetivas de crescimento?
  • Mudou de emprego porque queria iniciar funções numa nova área de trabalho?
  • Mudou de emprego porque surgiu uma oportunidade para receber um salário mais elevado?
  • Mudou de emprego porque o seu chefe era um idiota e os seus colegas eram ainda mais idiotas do que ele?

 

Cuidado! Independentemente das razões que o levaram a mudar de emprego no passado, tenha atenção ao que refere na entrevista.

Eu também fico desconfiado quando vejo um currículo de alguém que mudou 5 ou 6 vezes de emprego, em apenas 2 ou 3 anos. Nesses casos, faço sempre esta pergunta aos candidatos que entrevisto.

Pense: Alguém trabalha 4 meses numa empresa, muda para outra empresa e fica lá durante 6 meses… depois, muda-se novamente e apenas consegue aguentar 3 meses antes de voltar a mudar-se, mas por apenas mais 6 ou 7 meses?! Tem que haver algum problema com o candidato que se apresenta com um currículo assim, não acha?

Veja este pequeno vídeo que preparei para si:

Porque esteve desempregado tanto tempo?

Uma vez recebi um currículo de alguém que estava desempregado há 5 anos. Como é que é possível não ter trabalhado em nada durante 5 anos? Não trabalhou num projeto pessoal, independentemente de este ter tido sucesso ou ter sido um grande fracasso?

Percebe a má impressão que irá causar se o recrutador ficar a pensar que esteve 5 anos há sombra do subsídio de desemprego, passou a viver às custas de subsídios sociais ou a gastar o dinheiro de uma possível herança!?

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Se esteve 5 anos sem trabalhar, deveria ter conseguido encontrar uma forma de ganhar dinheiro e poder continuar a não ter que trabalhar para terceiros, certo?

Se esteve 5 anos sem trabalhar “porque é que deverei ser eu a dar-lhe emprego neste momento?” – pensará o recrutador.

Nem pense em dizer que esteve 5 anos desempregado mas esteve sempre a procurar emprego ativamente! Ninguém demora tanto tempo a conseguir emprego, mesmo quando a economia está em recessão!

Se esteve tanto tempo sem trabalhar, tem que haver uma boa razão.

Pense bem no que vai dizer e prepare-se para mostrar que está a par das novidades mais recentes em termos de tecnologia, de redes sociais, de plataformas digitais, etc… Em 5 anos, a forma de fazer as coisas muda completamente e por isso, você terá que mostrar ao potencial empregador que não parou no tempo.

Porque é que pretende deixar o seu emprego atual?

Esta questão é normalmente colocada aos candidatos que estão no ativo. Aqui ficam algumas das “pérolas” que já ouvi como resposta a esta pergunta:

  • Já não suporto o meu chefe! Tenho que ser eu a fazer tudo e nunca está nada como ele quer.

Costuma dizer-se que o inferno está cheio de insubstituíveis. Sabe… você pode ser facilmente substituído por outro colaborador e por isso, se o seu chefe é um idiota, acho muito bem que apresente a sua carta de demissão. O seu chefe que vá infernizar a vida a outro triste!

Contudo, cuidado com a forma como refere estes assuntos na entrevista de emprego. É preferível dizer “não tenho expectativas de crescimento no meu emprego atual e por isso quero poder abraçar novos desafios”, não acha?

  • Tenho fobia de espaços fechados. Estou grávida e… em primeiro lugar está a minha filha!

Tem fobia de espaços fechados? E o que tem a sua gravidez a ver com isso? A minha mãe trabalhou durante toda a gravidez e deu à luz um filho magnífico! 🙂

Se tem fobia de espaços fechados, deverá tratar-se antes de procurar emprego. Caso contrário, talvez apenas possa trabalhar a plantar alfaces… e ao ar livre… porque se tiver que entrar dentro de uma estufa, pode ter um ataque de pânico.

  • O meu chefe é um velho chato que nem sabe compactar ficheiros em RAR

Esta afirmação foi proferida por alguém que não compreende que nem toda a gente da faixa etária dos seus pais, ou dos seus avós, teve oportunidade para estudar… nem teve acesso a computadores, telemóveis ou tablets desde os 10 anos de idade.

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Seja compreensivo com as dificuldades dos mais velhos em relação ao que eles chamam de “modernices”! E lembre-se que foi esse “velho chato” que fundou a empresa onde você trabalha. Mesmo sem saber compactar ficheiros em RAR, o “raio do velho” conseguiu levar a empresa avante durante décadas!

Não acha que tem qualificações a mais para esta função?

Quando estivemos a recrutar uma técnica administrativa para a minha empresa de consultoria, pensámos inicialmente que não necessitaríamos de alguém com uma licenciatura.

Contudo, depois de analisadas todas as candidaturas recebidas, percebemos que poderia ser uma mais valia contar com alguém licenciado numa área que complementasse as nossas necessidades.

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Foi assim que recrutámos a nossa primeira técnica administrativa, uma licenciada em Comunicação e Relações Públicas que acumulou funções na área de Assessoria de Imprensa, área que estávamos a começar a desenvolver internamente nessa altura devido ao lançamento do meu livro e a todos os workshops onde eu participava.

Contrariamente ao que parece, esta pergunta não tem nenhuma rasteira!

A resposta permitirá ao recrutador saber se os candidatos estão dispostos a começar a desempenhar tarefas, mesmo em algo que não necessite de todas as qualificações que o candidato dispõe nesse momento.

Lembre-se sempre que, pode começar no fundo da cadeia hierárquica mas, o seu “excesso de qualificações” será muito útil para poder progredir dentro da empresa.

Lembra-se de algum momento em que você sabia que tinha razão mas o seu superior pediu-lhe que fizesse tudo exatamente ao contrário?  Como é que resolveu a situação?

Cuidado com a resposta a esta pergunta.

Os recrutadores vão criando empatia, e à vontade, com os candidatos ao longo da entrevista para que, quando lançarem este tipo de questões, eles pensem que estão a desabafar com um amigo. É nesse momento que o melhor, e o pior, de cada candidato vem ao de cima.

Lembro-me de ter colocado esta questão a um candidato, e ele ter contado uma situação em que o chefe queria que ele fizesse uma determinada tarefa exatamente ao contrário do que ele pretendia fazer:

  • Isso não vai funcionar! Vai demorar mais tempo e não ficará perfeito.” – disse o colaborador ao seu chefe.

Como esse candidato já tinha referido na entrevista que o seu chefe era um velho chato e embirrento (o tal que não sabia compactar ficheiros em RAR!), eu decidi “lançar o isco”:

  • “… e não me diga que o seu chefe continuava a achar que tinha razão!?
  • Sim, o raio do homem sempre foi duro de roer! Obrigou-me a fazer como ele queria.” – referiu o candidato, relembrando aquele episódio com algum rancor.
  • Então, e depois? O que aconteceu? Ele tinha razão?” – perguntei eu.
  • Claro que não tinha razão… e eu fiz questão de demorar ainda mais tempo do que o normal, encravando uma das máquinas que estava a utilizar. Eu avisei-o!

 

O chefe não tem razão

Está a perceber porque é que nunca pode falar com um recrutador como se estivesse a falar com um amigo?

Mal ouvi este “artista” a contar a sua história, e a terminar de forma vitoriosa com “Eu avisei-o!”, fiquei logo com vontade de o fazer desaparecer da minha frente.

Nem pense que as empresas querem recrutar este tipo “psicopatas”, que não conhecem a diferença entre “personalidade forte” e “ser-sempre-dono-da-razão-mas-não-ganhar-nada-com-isso”.

Estas são algumas das questões que discuto nas páginas 141 a 159 do livro “Como conseguir emprego em 30 dias”.

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